Eleições na AFABESP – Uma vitória merecida
Afaban Sorocaba e Região - 30.11.2008 - 21:00 horas

Por Roberto de Moraes - Aos vencedores o cetro da vitória e a comemoração; à pretensa oposição, todo o tempo para buscar as justificativas. Não é de hoje que o homem participa de disputas almejando vencê-las, buscando satisfazer, não raras vezes, seu ego pessoal.

Seja no esporte, na política, no futebol, no amor ou na guerra, é da natureza humana estar sempre concorrendo, algumas vezes até por uma questão de sobrevivência.

Ganhar ou perder faz parte do jogo da vida. No esporte, por exemplo, vamos encontrar quem proclame aquela máxima: “mais importante que vencer, é competir”.

Filosofia à parte, não vamos nos aprofundar no assunto senão chegaríamos à área da psicanálise, onde somente Freud poderia explicar a lamúria dos vencidos.

Nas eleições da Afabep, vamos encontrar algo parecido.
Embalados pela proposta de renovação – um direito legítimo - alguns aposentados acenaram com a possibilidade de uma chapa de oposição, cuja bandeira seria uma atitude mais agressiva por parte da Entidade.

As propostas se mostraram inexeqüíveis, ou não foram suficientes para angariar o apoio dos aposentados para formar a chapa concorrente.

A partir desse momento, surgiu uma torrente de justificativas, sobre as quais me permito dar a opinião, com todo o respeito às partes envolvidas, para análise de quem se interessar.

1º - Se o cerne da questão envolvia a participação dos presidenciáveis, é bastante lógico que a primeira barreira a ser vencida seria convencer o pequeno número exigido de 6 (seis) deles, fundamentais para o Conselho Executivo. O discurso para a torcida ficaria para depois.

Os 174 que preenchem as condições para tal, representam uma multidão de indivíduos se considerarmos que, com eles, poderíamos elaborar dezenas de chapas concorrentes. O nó da questão seria como convencê-los.

Para isso a oposição precisaria, em primeiro lugar, apresentar propostas factíveis, entabular negociações e, principalmente, mostrar credibilidade.

Ora, o que leva tantos presidenciáveis estarem monoliticamente alinhados à Afabesp? Sem dúvida alguma é a sua conduta. Uma delas, certamente, é a sua correta teimosia de não permitir a ingerência política em sua seara.

2º - Fracassada a tentativa de montar uma equipe concorrente, a oposição optou por “melar” as eleições, para que a situação não obtivesse o numero necessário de votos exigido pelo estatuto, provocando, assim, novas eleições. É uma estratégia discutível.

O que se viu foi outra linha de raciocínio equivocada, desta vez, com a proposta da abstenção. Talvez, o certo seria trabalhar com o “não”, porque esse ato representa opinião formada, atitude e vontade de mudar. Ocorre que o “não” também dá quorum, o que deixou de ser interessante.

A abstenção é um direito do cidadão, mas não é correto incentivá-la. Da maneira como foi apregoada, soou para a maioria, como um despeito para a derrota. E, como ficou demonstrado, não foi um bom exemplo.

3º - Perder faz parte do jogo. Difícil é compreender a velha e surrada argumentação de uma provável fraude na quantidade de votos e no resultado das urnas. Além de comprometer a imagem de quem a aponta, fere a credibilidade para um próximo embate.

Se há dúvidas quanto às eleições, que se reúnam as provas necessárias e acione-se a Justiça, porque o aposentado está cansado de ouvir ilações que não levam a lugar algum.

Toda essa celeuma nos leva à conclusão de que a arte de conduzir é algo que poucos sabem dominar. É preciso, antes de tudo, aprender com as derrotas sucessivas. Não querer aceitá-las, é negar a percepção da necessidade de mudança de um discurso que - para os presidenciáveis, partes indispensáveis no processo – vem sendo pregado no deserto. (Roberto de Moraes é associado da Afaban Sorocaba e reside em São Roque - SP)




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