Lucro do Santander cai 45% no segundo trimestre de 2023
Afaban Sorocaba e Região
29.07.2023


Lucro obtido no Brasil representou 15,7% do lucro global que foi de € 5,241 bilhões, alta de 7,1% em doze meses


SÃO PAULO - O lucro líquido recorrente do Santander (que exclui efeitos extraordinários no resultado) foi de R$ 4,449 bilhões no primeiro semestre de 2023, queda de 45% em relação ao mesmo período de 2022 e crescimento de 7,9%, em relação ao trimestre anterior, quando o banco obteve R$ 2,14 bilhões, ante R$ 2,3 bilhões nos três meses encerrados em junho.

Um dos impactos negativos sobre o resultado do banco no semestre foi a constituição de provisão adicional para créditos de liquidação duvidosa (PDD), ainda que tenha ocorrido reversão de uma parte no segundo trimestre.

Também vale destaque o resultado gerencial positivo da reversão das despesas com provisão de riscos fiscais envolvendo a decisão judicial da Lei 9.718/1998, no primeiro trimestre de 2023, mas que impactou negativamente em R$ 2,672 bilhões no segundo trimestre deste ano.

No segundo trimestre de 2023 ocorreu ainda a venda de 40% da participação acionária do banco na Webmotors, com impacto positivo bruto de R$1,105 bilhão.

O retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) do banco ficou em 10,9%, decréscimo de 9,9 pontos percentuais em doze meses. O lucro líquido gerencial, por sua vez, foi de R$ 4,399 bilhões no semestre, com queda de 45,6% em doze meses e alta de 5,5% no trimestre.

O lucro obtido na unidade brasileira do banco representou 15,7% do lucro global que foi de € 5,241 bilhões, alta de 7,1% em doze meses.

A holding Santander encerrou o primeiro semestre com 55.171 empregados, com abertura de 3.122 postos de trabalho em doze meses (1.615 no trimestre). A base de clientes aumentou em 7,2 milhões em relação a junho de 2022, totalizando 63,3 milhões.

Importante destacar que a abertura de vagas no Santander não necessariamente refere-se a postos bancários, já que o banco espanhol vem promovendo no Brasil um intenso processo de transferência de trabalhadores para outras empresas pertencentes ao mesmo conglomerado, como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera, e SX Tools.

Os funcionários dessas empresas não pertencem à categoria bancária e, portanto, não contam com os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, como PLR - as regras e remunerações são muito inferiores em comparação às negociadas pelos sindicatos dos bancários -, além de demais verbas como auxílio-creche, e VA e VR que totalizam R$ 1.731. E, na maioria das vezes, esses terceirizados recebem salários mais baixos.

“Por isso a luta incessante do movimento sindical para que todos os trabalhadores do Santander sejam considerados bancários” , afirma Wanessa de Queiroz, dirigente da Afubesp e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander.

FECHAMENTO DE AGÊNCIAS - Em relação à estrutura física, foram fechadas 102 agências e 43 PABs em doze meses (51 e 24 no trimestre).

“O Santander continua com uma política agressiva de redução de custos, apostando no fechamento e fusões de agências em diversos estados, além do aumento da sobrecarga de trabalho aos trabalhadores os clientes também são impactados no atendimento presencial e por vezes são direcionados à acessarem aos canais digitais”, critica Wanessa.

As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias aumentaram 0,1% em doze meses, totalizando R$ 9,5 bilhões. Já as despesas de pessoal mais PLR aumentaram 13,5% no período, somando R$ 5,5 bilhões. Assim, em março de 2023, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 171,55%.

“Ou seja, só com o que arrecada de tarifas e serviços, o Santander consegue cobrir mais de uma vez e meia a sua folha de pagamento, comprovando que o banco pode perfeitamente contratar mais bancários para reduzir a sobrecarga nas agências e departamentos e prestar um atendimento mais digno à população, que já paga altas tarifas e juros para adquirir um serviço do banco. O Sindicato bate nesta tecla há anos e continuará lutando para que o Santander e os demais bancos ampliem o número de vagas bancárias e de fato prestem um serviço condizente com as concessões públicas por meio das quais lucram tanto no Brasil”, afirma Wanessa.

Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região




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