A BIGORNA E O MARTELO
Afaban Sorocaba e Região - 13.12.2008 - 15:00 horas

Por Roberto de Moraes - Não poderíamos deixar passar despercebida, a maneira figurada que o Dr. Gáudio encontrou para explosão de seu desabafo - quando afirmou que deixou de ser bigorna e resolveu ser martelo - ao trazer à tona parte dos acontecimentos dos últimos anos, ocorridos nos bastidores das negociações, que tantos prejuízos trouxeram aos aposentados.

O depoimento/revelação deveria ser divulgado aos “quatro cantos do mundo” - evidentemente, dentro do universo dos aposentados – por ser um testemunho marcante e pela importância que se reveste, pois partiu de quem esteve próximo das decisões, que nem sempre afloravam de maneira cristalina para nós, pobres mortais.

Fazendo o papel do martelo, conforme suas palavras, o Dr. Gáudio brandiu sem cerimônia o artefato imaginário, e levantou a cortina de um palco onde, pelo o que entendemos, seus atores teriam passado à platéia – neste caso, os aposentados - a história do que aconteceu, mas não aquela que poderia ter evitado o congelamento de nossa complementação.

Suas palavras enfáticas relatam o momento histórico de uma Assembléia, que contribuiu para o achatamento de nossos proventos e merecem ser lembradas:
“... Mais uma vez conclamo os colegas aposentados que se recordam dessa fraudulenta Assembléia. Éramos com certeza maioria absoluta, e o Banco sabia disso, como prova a eleição da Cabesp, por isso entendíamos, naquela ocasião, que poderíamos vencer a proposta criminosa do Santander. Mas não contávamos com a fraude perpetrada pelo Banco em conluio com o Sindicato. Lembram-se de que o Banco através da SS. montada pelo Paiva, chegou a distribuir nas agencias folhetos aos gerentes instruindo-os para como agir no dia da Assembléia: Reunir o pessoal no final do expediente, pagar lanches para os mesmos, colocá-los em ônibus e conduzi-los à Quadra de um Sindicato vendido. Quem não se lembra de placas dentro dessa Assembléia dizendo: “Vacari, qual é o seu preço”?”. Alguém foi processado por essa assertiva? Nessa Assembléia realizada em São Paulo começou a chegar ônibus de todas as cidades vizinhas para votar. Dentro da Assembléia fora os fantoches e marionetes da direção do Banco, vestidos de terno azul marinho, ou preto de gravatas vermelhas, encontramos funcionários de empresas terceirizadas, com crachá de votação no pescoço como perus que caminham para o abatedouro. E o ilustre Presidente dessa jovem Co-Irmã, vem falar que não quisemos assinar a MOÇÃO! Que moção? Nunca existiu moção alguma, essa afirmação é mentira deslavada, própria da imaturidade, ou estratégia sindical em repetir uma mentira até que ela pareça uma verdade.  “Chegamos a entregar dentro dessa mesma Assembléia um protesto assinado por dezenas de aposentados, revoltados com a fraudulenta e ultrajante Assembléia...”.

Estamos carecas de saber que águas passadas não movem moinho, mas esse depoimento eloqüente leva-nos a imaginar quantos outros poderiam advir, quem sabe sob outras legendas do mesmo gênero, daqueles que, cansados de levar bordoadas, resolvam trazer à tona seus testemunhos sobre os prováveis conchavos e acordos que desprezaram os anseios de toda uma categoria. Quem sabe! (Roberto de Moraes é associado da Afaban Sorocaba e reside em São Roque - SP)




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