O VOTO PELO CORREIO – MOMENTO DE CORAGEM, OU... MEDO?
Afaban Sorocaba e Região - Postado em 03.11.2009


ROBERTO DE MORAES - O medo, seja real ou imaginário, é um sentimento que aflora diante de situações que nem sempre podemos dominar. Nos animais ele aparece de maneira mais espontânea, manifestando-se ao primeiro sinal de perigo que se apresente. No homem, animal racional, o medo pode ser controlado e, em muitos casos, superado, se souber agir no momento adequado.

Quanto à coragem é exatamente o contrário. Os animais, seres irracionais, não exibem coragem quando, por exemplo, defendem seus filhos, porque agem apenas por instinto. O homem, quando enfrenta o medo, mesmo sabendo do perigo que se avizinha, demonstra coragem.

A questão do voto pelo correio - coluna vertebral do movimento dos aposentados - leva-nos a uma situação em que esses dois ingredientes estão presentes: um legítimo, a coragem; o outro cultivado por terceiros, o medo.

A coragem - que se manifesta quando se acredita no objetivo a ser alcançado – é quando assistimos companheiros que, mesmo cientes dos eventuais riscos da empreitada, estão empunhando a bandeira que defende o voto pelo correio, que não exclui outras opções, para dar vez e voz aos colegas octogenários ou de saúde fragilizada, diante de um estatuto que teimosamente se mantém ultrapassado.

O medo, de outro lado, se apresenta com algumas facetas. Existe quem – felizmente bem poucos - acredite que enfrentar os estatutos, seja da Cabesp ou Baneprev - veja algum risco.

O lado mais perverso é quando, os mais espertos, visando apenas suas conveniências, desenham fantasmas com o intuito de exacerbar o medo incipiente com a alegação de, se não respeitarmos as leis, estaremos a caminho do inferno.

Como a coerência não é o forte de quem pratica tais atos, basta lembrar que, em passado recente, assistimos esses ardorosos defensores da lei rasgar a Constituição, quando da assembléia de 1º de agosto, ao desferirem socos e pontapés exigindo que a reunião fosse encerrada, ainda que a liminar que traziam em mãos permitisse a sua realização.

Cabe lembrar outro episódio, quando da supressão de última hora do voto em trânsito, que seria nas agências, nas eleições do Banesprev; neste caso, não vem à tona a questão do medo ou da coragem, mas sim, a do desprezo, quando esfregaram as mãos de satisfação por conseguirem deixar fora do processo, milhares de companheiros que residem onde não existem agências do Santander, ou estavam viajando.

Dessa maneira, a luta do voto pelo correio, verdadeiro divisor de águas, irá separar os que insistem em semear o medo como meio de atingir seus objetivos daqueles que, olvidando tais ameaças, seguirão em frente, defendendo o modelo de votar que alcança a todos, nem que para isso seja necessário dar, a qualquer tempo, o exemplo de sua coragem.


(Fonte: Roberto Moraes - Associado da Afaban Sorocaba)




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