Santander aproveita momento de pandemia mundial para retirar direitos de seus aposentados e ativos
Afaban Sorocaba e Região 20.03.2020


Fiquemos atentos - O Banco usa as palavras: Satisfação, Transparência e fala em reduzir Riscos em Previsibilidade


SÃO PAULO - O Banco Santander, em mais uma demonstração de total desprezo e insensibilidade com seus funcionários e aposentados, vem propor a alteração dos nossos planos de previdência no atual momento de tantas dificuldades, principalmente para os idosos. Sem discussão, sem transparência e com pressa exagerada para os dias que estamos vivenciando no mundo, tenta se aproveitar das dificuldades que todos enfrentamos para realização de reuniões e encontros para esclarecimentos de um assunto de tamanha relevância, que mexe com a vida de todos.

A expressiva maioria dos participantes que serão atingidos pela eventual alteração proposta, é aposentada há muitos anos, com idade avançada (temos mais de 30 centenários), e que deverão tomar decisões em um momento da vida tão complicado, em que se encontram sob enorme estresse, confinados, fugindo de um vírus letal. O primeiro ponto sobre o qual todos temos que pensar é o motivo de tanta pressa. Seria mesmo para melhorar a vida dos participantes e assistidos dos planos que serão afetados, como tenta fazer crer no comunicado publicado de forma tão açodada?

O comunicado foi publicado ontem no site do Banesprev, elencando diversos pontos, sempre positivos, na visão do Santander, os quais iremos esclarecer um a um, com todas as informações escondidas pelo banco, com a sua costumeira falta de transparência. Esses esclarecimentos serão vitais para a tomada de qualquer decisão que, reiteramos não deveria jamais ocorrer neste delicado momento. É o Santander, visando sempre o lucro crescente a qualquer custo, não medindo esforços para fugir de suas responsabilidades.

Como relatado no comunicado do Banesprev, foi realizada uma reunião do Conselho Deliberativo do Fundo para informar proposta do Banco que altera toda a realidade da previdência de seus planos de Benefício Definido (Planos I, II, V, pré-75, Sanprev I, e Caixinhas do antigo Banco Meridional, DAB, DCA e CACIBAN). Nessa oportunidade, os conselheiros eleitos levantaram diversos questionamentos que foram incluídos na ata da reunião, após intenso debate com os conselheiros indicados do Santander, que se recusavam a registrá-los.

Após alterar a forma de contabilização dos seus ativos financeiros no final de 2019 (com voto contrário dos eleitos), visando a deixar as carteiras mais liquidas e contrariando a legislação pela ausência de uma exposição de motivos, com um único argumento de que “esta é uma janela de oportunidades”, vem agora com a esdrúxula proposta de alteração dos planos.  É importante atentar para o fato de que, para operacionalizar tal proposta, há necessidade de liquidez dos ativos e agora temos a total compreensão da pressa em alterar a sua contabilização. Depois de tantos atos autoritários e da total falta de transparência, utiliza em seu comunicado expressões como “satisfação”, “transparência”, “redução de riscos”, etc.

Na realidade o recado é: “o seu direito adquirido no momento de sua aposentadoria, está sendo alterado. O benefício de complementação salarial que lhe era garantido até o ultimo dia de sua vida e de seu pensionista, pode acabar se você viver mais tempo que o cálculo atuarial prevê”.

USAM A PALAVRA SATISFAÇÃO

· Satisfação para quem?
· Poderiam satisfazer os aposentados do Plano V, pagando as gratificações e demais ações judiciais que já foram ganhas, mas continuam sofrendo com vários recursos nos diversos níveis do poder judiciário brasileiro;
· Poderiam ainda, pagar sua dívida referente ao serviço passado do Plano II, ao invés de ameaçar com a retirada de patrocínio, como fez em audiência na Previc no dia 18/03/2018;
· Isentar os funcionários ativos e aposentados de suas tarifas abusivas.

USAM A PALAVRA TRANSPARÊNCIA

· Mas lutaram durante anos e continuam lutando, agora na justiça federal arduamente para alterar nosso estatuto, que impediria este tipo de alteração sem a concordância de nossa Assembleia de Participantes;
· Convocaram reunião sem todos os documentos necessários para discussão de tamanha grandeza, com prazos bem curtos, não esclarecem questões mínimas, como por exemplo, qual o percentual que será pago da Reserva do Banco aos participantes que optarem pelo plano proposto?
· Qual o critério que será utilizado para calcular as Reservas matemáticas?
· O Banco descumpre aditivo que assinou junto aos Sindicatos, onde reza que para qualquer alteração no Banesprev ou Cabesp, há a necessidade de composição de um grupo técnico de trabalho com todos os interessados;
· Ignoraram regulamento do Plano Pré-75, que reza a necessidade de uma assembleia entre os participantes do plano para qualquer alteração;
· Os eleitos, só após tensa discussão, conseguiram colocar suas observações na ATA, da qual solicitaram cópia e não foram atendidos, além de não ter sido disponibilizada no site do Banesprev, o que sempre ocorreu;
· Estão convocando uma reunião para o dia 26/03/2020 para aprovar suas alterações, com a dificuldade das pessoas se locomoverem devido ao Coronavírus e estão tentando fazer alteração tão drástica por reunião virtual;
· Não discutiram nos Comitês Gestores dos planos de benefícios.

FALAM EM REDUZIR RISCOS, EM PREVISIBILIDADE

· Estão preocupados em reduzir riscos do Banco, esquecendo-se que têm que continuar pagando os participantes do plano V, que não fizeram nenhuma adesão ao plano, foram transferidos compulsoriamente para o Fundo de Pensão;
· No Plano II, a intenção do Banco parece ser a de desestruturar o plano, oferecendo a migração e, posteriormente, propor a retirada do patrocínio com valor financeiro reduzido para pagar;
· Desejam se livrar de pagamento de déficits, inclusive de planos que são de sua responsabilidade total;
· Para os poucos participantes ativos que sobreviveram no banco, oferecem um percentual de contribuição de 2% para salários de até R$ 5.000,00, valor irrisório para formação de Reservas, o que diminuirá o poder de compra drasticamente ao se aposentarem;

Quanto à reunião a que faz referência o comunicado do Santander, informando, ardilosamente, que as Associações e Sindicato não se mantiveram até o seu término, esclarecemos que a referida reunião havia sido marcada com a representante do Banco Santander para Relação Sindicais, que não compareceu ao local (mandou uma advogada, sem qualquer alçada para tratar de tais questões), justificando a nossa não participação até o final. O grupo que estava presente na sala, responsável pela apresentação do Banco, era o mesmo da reunião do CD, sem informações precisas.  

Por fim, reforçamos que o Banco Santander deve criar o Grupo Técnico de Trabalho referido acima, onde todos os estudos técnicos deverão ser elaborados com o apoio de assessorias atuarial, financeira e jurídica escolhidas pelas partes e cujos resultados deverão ser amplamente divulgados aos interessados com total transparência.

Alertamos para que aguardem informações das Associações de representação e Sindicatos.

Não tomem nenhuma decisão no presente momento e se forem oferecidas alguma proposta, faça a seguinte pergunta para você mesmo:

EU CONFIO NO BANCO SANTANDER? 


Fonte: Afabesp, Afubesp, Abesprev, Contraf e Sindicato dos Bancários









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